Após as intensas chuvas da tarde de quarta-feira (26), que causaram alagamentos em diversos pontos da cidade, incluindo a Avenida Brasil, principal via urbana do município, moradores se manifestaram nas redes sociais. O Bairro Everest, por exemplo, que já havia sofrido com os impactos das chuvas de janeiro, inclusive com o desmoronamento de parte de uma igreja, voltou a ser atingido por uma forte enxurrada.
Em um vídeo compartilhado por uma moradora, é possível ver que os sacos de areia da barreira de contenção instalada pela Prefeitura ainda em janeiro, como medida paliativa, são ineficazes diante da força da água. Em outra publicação, um perfil informativo cobra urgência na manutenção das galerias pluviais da cidade.
Um dado de 2020 do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades, dá conta de que Niquelândia possui pelo menos 700 domicílios com risco de inundação. Outro detalhe preocupante é o apagão de informações que a Prefeitura Municipal deve repassar ao Ministério das Cidades.
Desde 2015, Niquelândia não informa dados sobre alagamentos, enxurradas e inundações, o que dificulta a mensuração da realidade do município, bem como a elaboração de políticas públicas de saneamento para prevenir novos casos como os que vêm assustando os moradores desde o início do ano.
Ainda de acordo com o SNIS, das 120 ruas catalogadas na área urbana, apenas 60 possuem galerias pluviais subterrâneas, além de não contar com nenhuma medida de tratamento para as águas pluviais captadas por essas galerias. No início do mandato, a gestão do atual prefeito Eduardo Moreira afirmou que há a previsão de manutenção das galerias pluviais, mas até o momento nenhum projeto foi apresentado.

Moradores usam as redes sociais para denunciar pontos de alagamento. Prefeitura ainda não apresentou projeto para prevenir novos casos.