Noite de abertura do I Festival dos Povos do Cerrado celebra artistas locais e reúne autoridades e comunidade em Niquelândia

A primeira noite de apresentações do I Festival dos Povos do Cerrado, realizado no Instituto Educacional Tiradentes, foi prestigiada pela comunidade niquelandense e contou com a presença de autoridades de todo o Estado. O evento, uma iniciativa da Coopeag em parceria com a Anglo American, celebra a cultura e a agricultura familiar da região.

Entre os convidados, destacou-se a presença da deputada federal Adriana Accorsi (PT), que veio de Brasília e reafirmou seu compromisso com a agricultura familiar e com o IBAMA, órgão fiscalizador ambiental responsável por atividades de soltura de animais em Niquelândia, por meio do CETAS (Centro de Triagem de Animais Silvestres).

Em entrevista à Rede de Notícias Atualiza, a parlamentar ressaltou a importância das comunidades tradicionais para o seu mandato:

“Esse é um festival maravilhoso. Fiz questão de vir de Brasília e aproveitar para percorrer a região. Este festival celebra a agricultura familiar, nossa cultura e a necessidade de preservar o Cerrado. Para amar, é preciso conhecer, e por isso ele é tão importante. Fui convidada pelo IBAMA, órgão que tenho apoiado com recursos e apoio político, e que trabalha na prevenção aos crimes ambientais, combate ao comércio ilegal e demais práticas prejudiciais ao meio ambiente“, acrescentou Adriana Accorsi.

A mesa de autoridades também contou com a presença da Dra. Cássia Monalisa, representando a UEG-Niquelândia, da presidente da Câmara Andreia Diniz, Joabe Junio da coordenadoria regional da Serra da Mesa da EMATER-GO, Ramon Trajado da SEMAD-GO, além de representantes da CODEVASF, IBAMA, Anglo American, associações quilombolas, cooperativistas e lideranças indígenas, incluindo Thery Xavante, entre outras entidades.

Apresentações

A Congada de Santa Efigênia, manifestação artística e religiosa mais antiga da cidade, proporcionou uma demonstração genuína de fé e respeito às tradições, por meio da música e da dança.

O festival também marcou a reestreia do Batuque de Santa Efigênia. O grupo de samba de roda, resgatado em 2015, retornou com força total após um período de pausa devido à pandemia.

A noite foi animada pelos ritmos de Miguelzinho dos Teclados e Adriana, que levaram ao público o melhor do forró e da música sertaneja raiz.

Em seu discurso de abertura, Manoel Júnior, presidente da Cooperativa Agroecológica dos Produtores Familiares de Niquelândia (Coopeag) destacou que a musicalidade do evento valoriza os artistas locais, que frequentemente são preteridos em favor de nomes nacionais, muitas vezes distantes da cultura tradicional da região.

Exposições

A feira de exposições dos produtores familiares foi um espetáculo à parte. Artesanatos em cabaça, pedra e madeira, crochê, artes plásticas, cachaças, mel, rapadura, biscoitos típicos, chás e outros produtos desenvolvidos pelas associações, assentamentos e quilombos da região demonstraram a força da economia criativa e sustentável das comunidades tradicionais.

Além dos feirantes, parceiros do festival também expuseram trabalhos voltados à pesquisa e à conservação da fauna e flora. O Instituto Floresta Cheia, de Goiânia, por meio do CETAS/IBAMA e em parceria com a Coopeag, desenvolve um trabalho de soltura e monitoramento de animais silvestres na região do Quilombo de Muquém, em Niquelândia. Durante o evento, a bióloga e presidente de Instituto Gabriela Sales expôs uma galeria fotográfica destacando espécies locais, incluindo animais ameaçados, como o mutum-de-penacho, o lobo-guará e o tamanduá-bandeira.

O Instituto Rupestris, de Viçosa (MG), desempenha um importante papel na produção de mudas nativas do Cerrado, em parceria com a Anglo American e a Coopeag. No estande do instituto, a população pôde retirar gratuitamente exemplares de mudas nativas do Cerrado, como o açaizinho-do-cerrado, a pata-de-vaca e ipês de diversas cores. Segundo Maria Luisa de Sá, assistente administrativa do instituto, foram disponibilizadas cerca de mil mudas para doação.

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